Ela nos orientou à vermos a maquete tátil de implantação do prédio, somente para os deficientes visuais tocarem. Nós a observamos curiosos. A educadora nos mostrou apontando o antigo tijolo chamado "rústico" na parede do museu. Contou que o Ramos de Azevedo construiu a Pinacoteca, que iniciou em 1897 e terminou em 1905. Como receberam poucas verbas do governo, decidiram não construir a cúpula.
Fundaram com o nome de "Liceu de Artes e o Ofícios", que ofereceu cursos profissionais de pintura, escultura e decoração. Mais tarde, mudaram para "Escola de Belas Artes e Artes Dramáticas". Em 1980, a escola se mudou para o bairro da Vila Mariana e virou Faculdade de Belas Artes. Batizaram aquele espaço de "Pinacoteca", que significa "coleção da arte". Aumentaram o espaço, dividido em duas partes: acervo permanente e exposição temporária.
Quando acabou de contar, Sabrina nos levou para o elevador grande e moderno, que ajuda os deficientes físicos. Nós admiramos pela porta... quando o elevador abriu, vimos o caminho tátil bem colorido no chão, guiando os deficientes visuais.
Ela nos levou para a sala de esculturas e nos mostrou uma obra grande de bronze - a índia morta no mar. A escultura criada por Rodolfo Bernardell (1852 - 1931) buscou inspiração na lenda da índia Moema, que se apaixonou por um português branco que se casou com a irmã dela. Quando eles partiram no navio, Moema foi ao mar, nadou até tentar pegar o navio, mas morreu afogada.
Depois Sabrina nos mostrou outra escultura, de uma mulher abraçando um cisne, chamada Leda, feita por Lelio Coluccini (1907 - 1983). Fomos a outro salão de quadros, dividido em quatro salas: retratos, quadros de Almeida Junior, Classicismo e Modernismo. Ficamos na sala do pintor Almeida Junior, onde observamos muitos quadros lindos. Almeida Junior foi o pintor do imperador D. Pedro II.
Sabrina fez um jogo bacana conosco, o jogo das palavras - cada um de nós pegou um papel duro com uma palavra e fez uma relação da palavra com um quadro, a partir de uma expressão sentimental. Brincamos e foi bem legal, o tempo quase acabou... fomos com pressa para uma outra sala, do pintor negro Rubem Valentim, que pintava geometricamente com cores vivas.
Texto: Luciana Yamamoto
Um comentário:
Parabéns pelo trabalho Sabrina!
Foi um orgulho imenso ter descoberto uma pessoa como ela que a maioria nunca ouve falar da habilidade cultural dela.
Ela foi o fruto do meu crescimento profissional e do meu ague cultural.
Abraço,
Diogo Madeira
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