Arte antes e depois de Cildo Meireles
(...) Na verdade, as "Inserções em circuitos ideológicos" nasceram da necessidade de se criar um sistema de circulação, de troca de informações, que não dependesse de nenhum tipo de controle centralizado. Uma língua. Um sistema que, na essência, se opusesse ao da imprensa, do rádio, da televisão, exemplos típicos de mídia que atingem de fato um público imenso, mas em cujo sistema de circulação está sempre presente um determinado controle e um determinado afunilamento da inserção. Quer dizer, neles a 'inserção' é exercida por uma elite que tem acesso aos níveis em que o sistema se desenvolve: sofisticação tecnológica envolvendo alta soma de dinheiro e/ou poder.
As "Inserções em circuitos ideológicos" nasceram com dois projetos: o projeto "Coca-Cola" e o projeto "Cédula". O trabalho começou com um texto que fiz em abril de 1970 e parte exatamente disso:
1) existem na sociedade determinados mecanismos de circulação (circuitos);
2) esses circuitos veiculam evidentemente a ideologia do produtor, mas ao mesmo tempo são passíveis de receber inserções na sua circulação;
3) e isso ocorre sempre que as pessoas as deflagrem.
Cildo Meireles
"Quem matou Herzog?" projeto Cédula, Cildo Meireles, 1970.
"Vendo ao seu redor" e "É irreal", grupo MICO, 2000.
"Queremos legenda em filmes nacionais", autor anônimo, 2009.
Texto e imagens: Corposinalizante
2 comentários:
eu também quero legendas nos filmes nacionais!!
Paula
eu tbm! e nas novelas nos jornais..EM TUDO!!
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