Vem aí uma novidade:
Há um mês fomos convidados pela produtora Matizar para participar de uma série de filmes para a televisão chamada "Porque a gente é assim?"!
A regra é: são 6 temas difrentes - educação, preconceito, fé, autoridade, sexo e consumo - tivemos que escolher um deles para documentar em um filme de 5 minutos.
Já escolhemos o tema "educação" e decidimos tratar da vida dos surdos na escolas.
A Matizar é uma produtora de cinema e vídeo do Rio de Janeiro, responsável, entre outros, pelos documentários Fala tu (2003), sobre músicos na Zona Norte carioca, e PQD (2007), sobre os recrutas da Brigada Paraquedista. Co-produzimos também, com a Videofilmes, os documentários Jogo de Cena (2007) e Moscou (2009), de Eduardo Coutinho. Temos curtido pensar este novo projeto como uma “meta-crônica”. Ou como “micro-crônicas”. Filmar gente de perto, sobre seus comportamentos, escolhas e hábitos comuns. Brasileiros em ação, e em reflexão, e o que isso nos diz sobre “Por que a gente é assim?”. Antes de avançarmos em nossos pontos de partida, gostaríamos de reforçar a nossa vontade (e a nossa necessidade) de vocês irem além deles.
Vamos mostrar o resumo do nosso projeto:
Corpo Nossa Língua, criado pelo coletivo de artistas e educadores surdos Corposinalizante, é um filme-intervenção sobre a relação dos surdos com a escola. Uma criança, um adolescente, um jovem e um adulto surdo, contam em diferentes espaços da cidade de São Paulo fatos que marcaram sua trajetória escolar. Os depoimentos são intercalados por imagens da cidade e pelo conjunto do conteúdo relatado.
Creio que um grande problema nosso é as pessoas não terem conhecimento dos surdos e pensarem que todos são a mesma coisa: torcem para o mesmo time, gostam do mesmo prato e tem as mesmas idéias. Alguns surdos se dão bem em escolas “comuns”, outros em escolas “especiais”. O mais importante na discussão é termos cada vez melhores espaços de comunicação, disso tratará o filme Corpo Nossa Língua. (Felipe Lima, surdo, 19 anos, integrante do Corposinalizante).
Usaremos depoimento, através de um círculo de histórias, como linguagem para trabalhar com histórias de vida de diferentes surdos e “cinema direto” como linguagem para captar imagens de uma performance realizada em uma escola.
Para o círculo de histórias, os convidados serão: uma criança, um jovem e dois adultos, com diferentes experiências de vida. Buscaremos histórias que tragam à tona, a partir da vivência escolar de cada um, muitas dimensões da comunidade surda, a constituição desta identidade e os seus desafios no interior da sociedade mais ampla.
Tanto as imagens da cidade quanto as cenas na escola serão filmadas com câmeras “Sony V1 HDV” e editadas em “Final Cut 7.0.1.”. Nosso parceiro para este projeto é o Thiago Lucena, que está fazendo câmera, edição e direção junto com a gente. Eduardo Consonni é outro parceiro, que está fazendo a segunda câmera.
Logo teremos mais novidades...
Texto: Felipe Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário