Afinal, o que é performance e o que é intervenção urbana? Empenhei-me, então, a pesquisar tais definições. Desta forma, escolhi duas performances pertencentes ao campo da dança, dadas na cidade, incluindo um espectador não participante, que se propõe a traçar relações entre o corpo e objetos da vida cotidiana e a deixar marcas na cidade.
Garrafão Parque do Flamengo, grupo “Os Dois Companhia de Dança”:
Banqueata, grupo “Os Dois Companhia de Dança”:
Cibele apresentou como referência alguns trabalhos da artista Lygia Clark: "Arquiteturas Biológicas II", 1969; "Cabeça coletiva", 1975; "Relaxação", 1974-75.
Mariana apresentou o filme The Cost of Living do grupo inglês de dança-teatro DV8 e a performance Congelados, do grupo de teatro OPOVOEMPÉ:
Juliana nos mostrou o espetáculo de dança Sagração da Primavera, de Pina Bausch:
Joana apresentou alguns trechos do filme Rivers and Tides, do artista Andy Goldsworthy:
Amarilis apresentou ao grupo o trabalho "Atravessando a ponte", do coletivo As Rutes:
Aguardo de olhos fechados com a mão estendida.
É um momento tão expandido, uma espera que convoca, e é frágil ao mesmo tempo.
A mão como um campo aberto.
Ofereço e tomo.
Troco com algumas pessoas.
Seguram na ponta dos dedos, seguram prontos para soltar, seguram de leve.
O menino não.
Segurou num gesto habitual. Segurou firme. Sabia segurar.
Que intimidade têm as mãos.
As Rutes
Depois das referências, voltamos ao trabalho corporal com a Juliana:
Dinâmica 1
Imaginar o corpo apoiado no espaço. Comando: Sustentar o espaço com o corpo dentro de uma bolha. Alterar: forma pesada e pequena, leve e pequena, solta e leve, leve e rápida.
Dinâmica 2
Deslocamento do corpo no espaço. Comando 1: O corpo de dois dos participantes deve ocupar a posição mais baixa em relação aos corpos dos restantes. Cada participante vai manipular a qualidade e o desenho de sua trajetória. Pausar de acordo com a necessidade. Acumular a ideia do espaço negativo ao apoiar o espaço. Congelar. Comando 2: Imaginar o corpo coletivo formando uma escultura em um espaço delimitado por contorno feito em giz. Dispor o corpo em círculo, linha ou aglomerado de pessoas de acordo com os três códigos estabelecidos por Juliana. Silenciar o corpo. Deixar a forma clara para ser lida pelo espectador. Sentir a informação que sugere a formação de uma determinada figura. Formar a figura. Dar um tempo para o espectador ler a figura.
Dinâmica 3
Ampliação do espaço físico de atuação. A mesma proposta da dinâmica 2 acrescentando a variável lugar: Marquise do Ibirapuera. Comando 1: Reparar a respiração. Pensar na bolha. Evocar as qualidades tempo e velocidade. Exercitar o campo de visão, deixar a informação chegar até cada participante, reagir a ela e aderir à proposta da figura. Fala de Mariana: “Eu sei o que eu vou fazer se eu olho para o outro.”
1º experiência em espaço público, "4 Performances de Rua" Corposinalizante + Juliana Monteiro + Mariana Senne
Texto: Regina P. P. Teixeira
Vídeos: Cibele Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário